Prática e Pesquisa do Ensino de Matemática

25-07-2010 22:50

Muitos alunos olham o título dessa disciplina e perguntam: "o que será isso?", "do que se trata essa matéria?". Então, para esclarecer essas dúvidas,  quero relatar aqui as atividades que foram desenvolvidas na unidade temática Prática e Pesquisa do Ensino de Matemática, ministrada pela professora Váldina.

Desde o primeiro módulo desta disciplina, armazenamos e compreendemos uma série de informações que serão muito úteis na nossa vida profissional como educadores.

Começamos estudar e verificar, por meio desta disciplina, os elementos que compõem um problema matemático – conceitos de medidas, adição, subtração, espaço, gênero, composição de quantidade, transformação de tempo, comparação, entre outros – encontramos tudo isso num simples problema proposto pela professora Váldina:

“Ao redor da mesa da sala de jantar de minha casa, estão sentados 4 garotos e 7 garotas.Quantas pessoas estão sentadas ao redor da mesa?”

Assim, um problema simples como esse foi suficiente para compreendermos a grandeza da matemática e, desse modo, ficarmos mais atentos às possíveis situações que podemos encontrar em uma sala de aula, aguçando,assim, o nosso raciocínio.

Dando continuidade, trabalhamos com os sistemas de numeração, conhecendo um pouco da história da matemática por meio dos sistemas numéricos Babilônico, Chinês, Egípcio, Maia, Romano e Indo-Arábico. Analisamos parte de alguns livros e vimos como esta matéria (sistema de numeração) é proposta aos alunos. Percebemos que existem muitas falhas nos livros didáticos, muitos deles dão mais prioridade à estética do livro do que ao conteúdo a ser trabalhado.

Trabalhamos também com o material dourado desenvolvendo, por meio dele, atividades de soma, subtração, multiplicação, áreas, produtos notáveis, entre outros. Com a leitura do texto “A Teoria da Transposição da Didática e o Processo de Didatização dos Conteúdos Matemáticos”, tivemos uma aula em  que alunos representaram o papel dos professores explicando produtos notáveis por meio do material dourado, com a utilização dos conceitos ensinados  em sala de aula.

Nessa aula, o texto “A Teoria Da Transposição da Didática e o Processo de Didatização dos Conteúdos Matemáticos” junto com a professora nos orientou e nos fez perceber que ensinar não é apenas uma “transmissão” de conhecimento, ensinar vai muito alem disso. O processo de ensino aprendizagem requer do professor o conhecimento de recursos didáticos, o conhecimento do conteúdo, o empenho e diversos outros fatores que fazem da sala de aula um ambiente de grande interação entre professor e aluno

Essa atividade foi muito importante, pois percebemos que as metodologias de ensino fortalecem o processo ensino-aprendizagem e dinamizam  a prática pedagógica do professor.

Inicialmente, acreditava que o curso de licenciatura em Matemática era recheado somente de cálculos, porém, percebo que, para a formação de um bom professor, é necessário, além do conteúdo de  matemática, ter conhecimento sobre a didática na sala de aula e saber como aplicá-la no contexto escolar:

Trabalhamos com a álgebra por meio do jogo das varetas e por meio do “Algeplan”, formas dinâmicas e diferentes de compreender esse conteúdo e que podem facilitar o aprendizado do aluno, fugindo do tradicional ensino.

O “Algeplan” é um material muito interessante, pois possibilita construir diversas formas geométricas, não se esquecendo da álgebra ali presente que é vista por meio de uma representação simbólica do comprimento e largura das formas geométricas. Já conhecia o jogo de varetas, porém nunca tinha pensado em associá-lo com a álgebra. Gostei muito dessas atividades e acredito que, no futuro, posso desenvolvê-las em uma sala de aula.

Estudamos, também, um jeito diferente de ensinar frações. Dessa vez, utilizamos a tábua de fração que não utiliza o método  “decoreba” , mas sim faz com que o aluno raciocine, pense, contribuindo para  aprendizado do conteúdo. Vimos, por meio de comparações ou equivalência, que existe um jeito mais fácil de entender esse conteúdo sem precisar decorar aquelas regras de MMC e MDC que, em vez de facilitar, confundem ainda mais o aluno em seu processo de aprendizagem.

No final do semestre, por meio de um texto, conhecemos outros recursos didáticos que ampliaram ainda mais nosso conhecimento sobre esse assunto e,nessa perspectiva, a professora nos propôs que criássemos atividades ou jogos que pudessem ser desenvolvidos em uma sala de aula.

A criatividade de “matemáticos” é surpreendente e, assim, vimos trabalhos bastante interessantes que envolviam diversos conteúdos.

Acredito, ainda, que muitos desses trabalhos podem contribuir para trabalhar a ludicidade na sala de aula, com o intuito de despertar no aluno um maior interesse, de uma forma dinâmica, no conteúdo a ser trabalhado.

Assim, considero que educação acontece a todo momento e em qualquer lugar. Somos educados a todo instante e estamos envolvidos nesse fenômeno que só diz respeito aos seres humanos. Porém cada momento histórico da sociedade corresponde a um determinado ensino e a uma determinada sociedade.

            Por isso, faz-se necessário a sociedade atual repensar a educação que é ofertada nas nossas escolas, uma vez que as competências tão imprescindíveis para a educação de crianças e jovens não estão sendo desenvolvidas como deveriam. Entendemos que a atual educação esta “doente”, alguns dizem que está em crise, pois os processos de ensino encontram-se aquém do esperado.

            Em plena era do conhecimento, dos avanços tecnológicos, a maioria dos professores continua, em sala de aula, com a adoção de práticas pedagógicas tradicionais. Continua preocupada em ensinar, transmitir conhecimento, enquanto a parte emocional desse aluno fica à mercê. Então, qual é a função da escola?Como ensinar?

            A escola, nesse novo paradigma, além de conseguir eficiência no processo pedagógico, que é demonstrado por meio dos melhores resultados obtidos pelos alunos, também tem a função de , simultaneamente, desenvolver valores, sentimentos, ética, curiosidade etc.Tem que preparar esse aluno para o exercício pleno da cidadania.

            Para que isso aconteça nas nossas escolas, é preciso repensar o papel da didática tão esquecida pelos professores que se dizem ser especialistas em educação.

            É preciso que a didática, vinculada à matemática, situe o aluno, seu processo de aprendizagem e sua formação integral no centro de preocupação de professores e de gestores, formando, assim, cidadãos críticos, criativos, participativos e comprometidos com a humanidade. Só assim a escola cumprirá a sua verdadeira função: oferecer condições para desenvolver as habilidades e as competências dos alunos, transformando-os em pessoas equilibradas, aptas para viver em uma sociedade plural.

            E foi isso que a disciplina Pesquisa e Prática de Ensino de Matemática nos proporcionou: reflexões sobre esse assunto com exemplos de como trabalhar certos conteúdos, contribuindo, assim, para a nossa formação que deve ser baseada na criatividade, no pensamento critico e no comprometimento com a educação, pois somos os principais mediadores desse processo ensino e aprendizagem.     

 

                                                                                                        Júlio Henrique da Cunha Neto

 

 

Turma de Matemática que cursou a unidade temática  Prática e Pesquisa do Ensino de Matemática no primeiro semestre de 2010 com a professora Váldina.